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Copa Brasil de Arrancada - 1ª etapa - 4 a 6 de maio
Paranaense de Arrancada - 2ª etapa - 4 a 6 de maio

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Texto: Filipe Sturion

Foi dada a largada para a Copa Brasil de Arrancada. A nova competição, resultado da união da Força Livre Motorsport (PR), Velopark (RS)e Spid (SP), junto a Confederação Brasileira de Automobilismo, promete dar novos rumos para a Arrancada Brasileira.

A CBA promete estar mais ativa junto à competição. Os comissários desportivos e técnicos serão os mesmos nas 3 praças onde serão realizados os eventos, com isso, os procedimentos de pista, vistoria, etc, deverão ser padronizados, trazendo mais harmonia ao esporte.

A responsabilidade de realizar a primeira etapa da Copa Brasil ficou com a Força Livre Motorsport. Junto ao evento nacional ocorreu também a segunda etapa do Campeonato Paranaense de Arrancada, que teve seu regulamento desportivo adequado ao da Copa Brasil.


O formato mata-mata
Outra grande inovação trazida pela Copa Brasil é o formato em estilo mata-mata, sem invenções (como ocorreu no país anteriormente, causando grandes problemas na realização das chaves e descredito quanto ao formato), da mesma maneira que acontece, com grande sucesso, em outros países, inclusive nos Estados Unidos, país berço da modalidade.

Com o formato de disputa por tempo, que foi utilizado por todos esses anos, perdeu-se a essência do esporte, onde deve-se ganhar quem passa na frente no final dos 402 metros. A vitoria foi perdendo valor, e o recorde foi cada vez mais evidenciado. Não havia o confronto direto, e a prova acabava confusa para o público e até para pilotos, que precisavam recorrer as folhas de tempo para saber, ao final da competição, quem havia ganhado. Era praticamente impossível despertar a torcida por um piloto (ou equipe/time), como acontece em outros esportes. Enquanto isso, os rachas legalizados, que acontecem nos autódromos, utilizam o formato mata-mata e atraem grande público, que vibra a cada puxada, pois assim, cada largada realmente tem grande valor.

Em Curitiba, pôde-se observar algo que não vinha mais acontecendo nas provas de Arrancada. Nas puxadas finais, o público ficou em pé para acompanhar o desfecho da prova e torcer!

O sistema de eliminatórias premia a constância do carro/piloto, e muitas vezes acaba deixando alguns pilotos favoritos de fora, seja por erro, falha mecânica, ou até mesmo falta de sorte. Além do carro bem acertado e do piloto com a tocada perfeita, o fator psicológico e até mesmo a sorte também contam, esquentando ainda mais a disputa! Na categoria Traseira Super por exemplo, Fernando Leme, da equipe Allen, havia registrado o tempo de 9s095 nos treinos, porém, na puxada final, enfrentou dificuldades com o engate das marchas. Com isso, o caminho ficou livre para o Dodge de Alexandre Sanches, que subiu sozinho nos 402 metros para levar a vitória para a equipe Nytron.

Porém, como tanta novidade, o sistema também trouxe alguns imprevistos. A demora na confecção das chaves entre as puxadas, e desconhecimento do regulamento desportivo por muitos, fez com que houvesse demora entre as categorias. Com isso, público e pilotos ficaram impacientes.

Além de maior agilidade na organização, é extremamente importante que pilotos e preparadores leiam atentamente o regulamento desportivo, para que o evento seja mais ágil e possa funcionar de forma correta!


Andamento da prova

Na sexta-feira, a garoa atrasou o inicio dos treinos livres, que seguiram sem intervalos até o fim da tarde, sendo finalizados também pela garoa. Muitos pilotos e equipes aproveitaram para fazer os acertos em seus carros, já que no Sábado, não haveriam treinos.

Porém, com chuva na sexta, a organização optou por liberar meia hora de treino no Sábado pela manhã. Logicamente, isso não significa apenas meia hora de carros treinando, já que a grande maioria dos pilotos optou por fazer uma passada de treino, e com isso, todos os pilotos que saíram do box durante a janela de 30 minutos tiveram o direito de treinar assegurado. Logo após esse treino, foi dado inicio a primeira bateria de largadas classificatória. Estavam previstas 3 baterias, mas com os treinos e outros pequenos atrasos, foi possível a realização de apenas 2 baterias.

No domingo, o evento iniciou com a bateria classificatória que estava prevista para a tarde de sábado. Logo após, iniciou-se as puxadas eliminatórias. O temido e emocionante mata-mata! A grande maioria das categorias não teve grid para realização das oitavas de final, com os 16 melhores classificados, e por isso, apenas algumas categorias foram chamadas. Passada a primeira rodada, foi realizada às quartas de final, agora com os 8 melhores de cada categoria. Nesta fase, mais categorias entraram na disputa. Em seguida foi realizada a semifinal, seguida da grande final. O evento terminou com o já tradicional show de manobras radicais, que é muito aguardado pelo público presente.


Tempo contado

Até a realização desta primeira prova, não sabíamos exatamente quanto tempo seria necessário para a realização das fases eliminatórias, e foi estipulado que no domingo, não haveriam classificatórias, e apenas eliminatórias. Com o atraso no cronograma, foi realizada uma puxada classificatória no domingo pela manhã, e o evento terminou no final da tarde, mesmo com demora na confecção das chaves. Caso o domingo já tivesse começado com as eliminatórias, o evento teria acabado bem cedo, o que causaria um descontentamento por parte do público, que diga-se de passagem, chega em maior número ao autódromo justamente na parte da tarde. Por outro lado, atrasando o inicio das eliminatórias, há sempre o risco do evento atrasar, ou ainda ser interrompido por chuva, e as fases não serem concluídas. Além disso, é preciso respeitar um tempo entre as puxadas. É inviável fazer por exemplo, as semifinais e finais muito rapidamente, pois não há tempo para revisar/preparar o carro. Nos Estados Unidos, existe um tempo mínimo de 45 minutos entre cada puxada, e caso exista, o tempo ocioso é preenchido com outras atrações. Outro problema seria a ausência de treinos no sábado, o que traz grandes dificuldades para pilotos que não podem se ausentar de seus trabalhos na sexta-feira. Tudo isso deve ser posto na balança pelos organizadores, para que o Campeonato possa ser sempre um grande sucesso.


Cronometragem e locução

A cronometragem foi feita pela Produpark, empresa conhecida por ser responsável pela medição dos tempos na pista do Velopark (RS). O sistema mostrou-se confiável durante a prova.

Infelizmente, os placares eletrônicos não estavam funcionando nesta etapa, o que criou uma responsabilidade ainda maior para os locutores Marko e Juares. A dupla mostrou grande entrosamento, e conseguiu passar ao público e equipes o que se acontecia na pista. Marko, sempre com informações mais técnicas, e Juares, cativando o publico com brincadeiras. A dupla está de parabéns!

Torcemos para que a cronometragem Powertech/Chrondek volte a funcionar em breve, para que os placares, grande característica da pista Paranaense, possam marcar novamente os tempos.

Recordes e destaques

6 categorias tiveram o recorde quebrado durante a competição. Dos 6 recordes, 3 deles foram conquistados pela equipe Julieta Competições, que foi eleita por você, nosso leitor, a melhor do ano de 2011, e agora, vem fazendo bonito também em 2012!

Na Traseira Original, Celso Camargo (Julieta Competições) confirmou o favoritismo e além de vencer a etapa, passando por todas as fases do mata-mata, baixou diversas vezes o recorde da categoria culminando com ótimos 10s178 nos 402 metros!

Pela Dianteira Turbo B, Vilson Ferreira, piloto e preparador da equipe Julieta Competições, mostrou que é possível andar na casa dos 10 segundos mesmo com o tratamento de pneus proibido pelo regulamento! A bordo do carro de sua mulher Renata, Vilson fez o novo recorde da categoria com impressionantes 10s858 nos 402 metros! O piloto foi também finalista da DT-B. Na puxada contra Leandro Betine, da Evolution Performance, levou a melhor com 11s327, contra 11s473 do segundo colocado Leandro.

Guilherme Emiliano, também da Julieta Competições, recuperou o recorde da categoria em Curitiba com o temporal de 8s870! A arquibancada foi ao delírio com o desempenho surpreendente do Chevrolet Opala 6 cilindros turbo! Guilherme levou também a melhor na final! O segundo colocado foi Fabio Stelle, com o belíssimo Opala da equipe Flash Preparações.

Com a proibição de controles eletrônicos na Diantiera Turbo C, o recorde da categoria foi zerado, e nesta etapa seria estabelecido o tempo de referência. Durante a competição, Ivan Costa Silva, piloto e preparador da equipe Motor Power, foi o dono desta nova marca por diversas vezes, sempre seguido de perto por Carlos Rogério Bento, o Lelo, piloto e preparador da equipe Lelo Motorsport. Os dois pilotos fizeram a final da categoria, e Lelo levou a melhor, com 11s567 nos 402 metros, novo recorde da categoria! Ivan chegou a andar na casa dos 11s6.

Pela Dianteira Turbo A, Rodrigo Mizukami, da Kadu Racing, venceu a segunda prova consecutiva em Curitiba. Além da grande constância, que levou Rodrigo a vitória, o piloto de Campinas (SP) bateu o recorde da categoria com 9s442! Vale lembrar que o Gol de Rodrigo é equipado com cabeçote 8 válvulas, e está tirando o sono dos multivalvulas da categoria!

O último recorde do fim de semana foi estabelecido na categoria Extreme 10.5, categoria que busca reunir em igualdade de condições veículos equipados com motores 4, 6 e 8 cilindros. O dono da melhor marca da categoria é o piloto Daniel Raniowski, da equipe Busato Drag Race. A bordo do Opala V8 Supercharged, registrou a ótima marca de 8s348! Porém, o campeão da grande final foi Marcio Julio, da equipe Los Hermanos/Flash Preparações, com a Santa Matilde 6 cilindros Turbo.

O piloto mais rápido da competição foi Hiroshi Abe, com a Malibu bi-turbo da Illicit Customs. Competindo pela categoria Pro Mod, Hiroshi deu um verdadeiro show nos burnouts, e entrou na casa dos 7 segundos com 7s898, a nada menos que 279km/h.

Sustos
A prova contou também com alguns sustos. Em uma de suas puxadas, Fernando Leme, perdeu o controle do Opala TS no final dos 402 metros trocou de pista. Fernando, da equipe Allen, mostrou muita perícia para segurar o belíssimo Opala. Em outra puxada, Leme beliscou o recorde da categoria e a casa dos 8 segundos com ótimos 9s095 nos 402 metros.

Já Anselmo Sepp, perdeu o controle da Caravan Turbo e apontou para o muro. O piloto segurou o que pode para evitar um acidente de maiores proporções, e acabou dando "apenas" um leve toque com a traseira da Caravan no muro. Anselmo pôde continuar na competição normalmente após o susto.

Com novo motor big block, Helder Gandolfo, piloto e preparador da equipe Gandolfo Drag Race, mostrou muita perícia para segurar o Camaro, que também trocou de pista na altura dos 300 metros. Após registrar a ótima marca de 4s8 nos 201 metros, um problema na vedação de uma das tampas de válvula do motor V8 fez com que ocorresse um vazamento de óleo, que acabou fazendo o Camaro “escorregar”.

O manauara Roberto Lima, da Grid Race Team, acelerou pela primeira vez o Mazda 6 cil bi-turbo que pertenceu a Valtinho Costa. Roberto mostrou que veio para dar trabalho aos adversários, já andando próximo ao recorde com 8s489! Em uma largada seguinte, ao erguer o giro do motor 6 cilindros para largar, ocorreu um principio de incêndio, que foi rapidamente controlado pela equipe de resgate. Roberto, que estava com vestimentas anti-chama, nada sofreu, e o carro teve pequenas avarias.

Desfalques
Infelizmente, a prova não contou com a presença de Dragsters, muito aguardados pelo publico. Maurício Debarba, da equipe Power Tech, foi o único inscrito na categoria máxima da competição, porém uma falha de lubrificação no motor V8 Hemi, identificada ainda no warm up nos boxes, acabou tirando o piloto da competição.

Próximas Provas

A segunda etapa da Copa Brasil de Arrancada será nos dias 1º, 2 e 3 de junho no, Velopark (RS). O Autódromo de Curitiba volta a receber a competição de 6 a 8 de julho, na terceira etapa, juntamente a terceira etapa também do Paranaense de Arrancada.


 
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