Comentários
Depois
de uma longa espera. A tão sonhada pista de Arrancada
do Velopark foi inaugurada! Um evento único que
promete revolucionar a modalidade. O Velopark 402 Racing,
foi realizado entre os dias 25 e 27 de abril, no município
de Nova Santa Rita (RS).
A estrutura do parque de arrancada alia uma excepcional
funcionalidade ao excelente paisagismo, sem ficar devendo
em nada as dragways americanas. Logo na entrada, acessos
diferenciados para público, pilotos e imprensa,
dando dinamismo ao acesso ao parque. A reta de 402 metros
para aceleração é larga, feita
no padrão da NHRA. O posicionamento das arquibancadas
permite que o espectador tenha uma perfeita vista de
toda a extensão, incluindo a área de frenagem.
No retorno aos boxes feito ao lado da reta de concreto,
o piloto passa entre a pista e as arquibancadas. Essa
proximidade proporcionou ao publico mais interatividade
com os pilotos e suas maquinas após cada largada.
A demonstração de carinho com os pilotos
é algo que marcou a prova inaugural do Velopark!
Um telão estrategicamente posicionado transmitia
a prova ao vivo, com imagens geradas por cinco câmeras.
Além de mostrar replay das puxadas, eram transmitidas
ao vivo entrevistas feitas com pilotos e preparadores.
Isso proporcionou uma nova dinâmica para a arrancada!
Os esforços para obter um bom grip na pista recém
construída foram grandes, com aplicações
de VHT em abundância. A preocupação
com a imprensa também foi grande. Os profissionais
contaram com sala climatizada, com conexão wi-fi
de alta velocidade, e visão estratégica
da pista, para não perder nada do evento.
A chuva tentou, mas não conseguiu ofuscar o brilho
do evento! As largadas não puderam ser realizadas
no sábado à tarde, porém foram
realizadas a noite, proporcionando belíssimas
imagens! Com uma iluminação eficiente,
o publico pode acompanhar de maneira inédita
o fogo nos escapes no momento do corte de giro, o shift-light
dos bólidos acendendo, e muitas outras imagens
jamais vistas em uma arrancada brasileira! O grande
show noturno foram as largadas do Jet Car Flash Power,
que certamente está na memória de todos
os amantes da arrancada, que cada vez mais se consolida
como esporte! As largadas de sábado, e também
uma bateria de largadas no domingo, serviram como classificação
para as finais.
Logo após a última bateria classificatória,
ainda no domingo pela manhã, ocorreu a cerimônia
de inauguração da pista de arrancada.
Todos os carros foram posicionados em frente ao público,
que pode contemplar de perto grandes bólidos
da modalidade, vindos de todos os cantos do país.
As bandeiras do Velopark, Rio Grande do Sul e do Brasil
chegaram até o Parque trazidas por três
pára-quedistas, e com os pilotos em fila, foram
executados os hinos do estado do Rio Grande do Sul e
o hino do Brasil. Após isso, Felipe Johannpeter
e Jhony Bonilha, proprietários do Velopark, dirigiram
algumas palavras a todos. As lágrimas de Jhony
Bonilha traduzem toda a grandiosidade da festa e os
grandes esforços que estão sendo feitos
para trazer a arrancada brasileira a um novo patamar.
Logo após, todos os pilotos receberam um troféu
como lembrança desta grande prova.
Antes de comentar as disputas em cada categoria, é
necessário entender como funciona o sistema de
eliminatórias adotado pelo Velopark, que é
utilizado nos Estados Unidos. A mudança visa
trazer mais emoção as disputas, para o
piloto e público. Pelo novo sistema, são
feitas 4 largadas classificatórias, sendo que
o piloto não precisa estar presente em todas
elas, porém é necessário ter um
tempo de pista + reação que possibilite
a classificação para as eliminatórias.
Classificam-se os pilotos que obtiverem os 16 melhores
tempos. Em seguida, são montadas chaves, nas
quais o piloto melhor classificado competirá
contra o pior classificado. São disputadas então
as oitavas, quartas, semi-finais e finais. O piloto
vencedor de cada disputa avança para fase seguinte.
Este sistema de disputas exige das equipes um carro
rápido, confiável, e também uma
perfeita sintonia do piloto com o equipamento. Devido
ao número reduzido de competidores em algumas
categorias, não foi possível a realização
de todas as “fases”. Além disso,
o numero impar de pilotos na chave ou um adversário
que não pode comparecer para a disputa, devido
a uma quebra por exemplo, ocasionaram o chamado “bye
run”, onde adversário que comparece a pista
deve percorrer os 402 metros, sem queimar a largada,
não importando o tempo que conquiste, para poder
passar para a fase seguinte.
Vamos agora saber o que aconteceu em
cada categoria:
Turbo B
Final gaúcha na turbo B! Quem levou a melhor
foi Márcio Souza Silva, que enfrentou problemas
no momento da luz verde e fez reação de
altos 1s135! Mas no sistema de eliminatórias
vale quem passa antes no fim da reta, e Márcio
acreditou na puxada, buscando seu adversário,
José Fabio Zarbielli no final dos 402 metros!
Márcio fez o ótimo tempo de pista de 11s568,
que foi também o mais baixo registrado na categoria
durante todo o final de semana. Já Zarbielli
registrou 12s483 mais 0s360 de reação.
Turbo A
Esta foi uma das categorias mais disputadas do final
de semana, foi vencida pelo paulista Cacá Daud,
que testou e aprovou o novo sistema de controle de tração
por rotação da empresa brasileira Fueltech.
Caca andou constantemente na casa dos 11s4. O adversário
de Caca veio da cidade de Barreiras, na Bahia. Carlos
Laurindo de Castilhos, da equipe paulista Motorfort.
A disputa entre os 2 pilotos fez com que boa parte do
público se levantasse, comprovando a emoção
proporcionada pelo novo sistema mata-mata. Cacá
venceu com 11s495 mais 0s135 de reação,
contra 11s813 na pista mais 0s277 no farol. O melhor
tempo do fim de semana também foi registrado
por Cacá, com 11s348. Carlos Castilhos, segundo
colocado da categoria, aprovou o novo sistema adotado.
“O sistema de eliminatória proporcionou
muito mais emoção, a cada largada é
tudo ou nada, a adrenalina vai a mil a cada vitória
conquistada no final de semana! Fiquei muito contente
com a segunda colocação!” Já
para Caca Daud, este sistema é o futuro da arrancada,
porém os carros e pilotos precisam se adequar.
“A arrancada tende a crescer muito com isso, porém
é preciso que pilotos e preparadores revejam
a preparação de seus bólidos e
suas estratégias de corrida. Neste novo formato
é preciso ter um carro constante e na grande
final irmos para o tudo ou nada.”
Street Tração
Dianteira
Ricardo Thomaz de Carvalho andou sozinho na categoria,
e por esta razão a final aconteceu no sistema
de “Bye Run”. Apesar de não ter obrigação
de virar tempo para faturar o caneco, o catarinense
da equipe Floripa Drag Racing, levou o Kadett aspirado
ao final dos 402 metros em 11s574 mais 0s439 de reação.
O tempo mais baixo registrado por Ricardo durante o
fim de semana foi de 11s333.
Street Tração
Traseira
Manuel Castañon, de Belo Horizonte (MG) também
andou sozinho na categoria e registrou na final, 10s938
mais 0s625 de reação com seu Dodge bege.
Manuel chegou a registrar 10s868 nas classificatórias.
Força Livre
Tração Dianteira
A final da categoria, disputada entre o maranhense Alessandro
Rezende e o catarinense Airton Carraro Jr foi dramática!
Alessandro havia feito vários tempos na casa
dos 10s baixos, enquanto que Airton havia andado na
casa dos 9s nas classificatórias. Alessandro
foi para o burnout, e uma de suas homocinéticas
quebrou. Mesmo assim o piloto alinhou, e esperou pela
luz verde. O inesperado aconteceu! Airton queimou a
largada, e Alessandro subiu com reação
de 1s135mais 11s568 de pista, faturando o primeiro lugar.
Mesmo com a derrota, Airton, da equipe Jacques Evolution,
teve motivos de sobra para comemorar. Depois de uma
quebra de embreagem, a equipe passou a noite trabalhando
para aprontar o carro, e Carraro foi premiado com o
melhor tempo de sua carreira, 9s460, registrado durante
as classificatórias. Tivemos também a
estreia do Golf Turbo de Felipe Gerdau Johannpeter,
que ainda em fase de acertos já andou próximo
dos 9s com tempos na casa dos 10s0. Destaque também
para João Roberto Tasso, o Tiozinho da Sapinho
Câmbios, que marcou 9s591, o melhor tempo da sua
carreira. Luciano Nichetti, piloto de novo Hamburgo(RS),
que era um dos favoritos da disputa, foi traído
por uma quebra no sistema de transmissão e não
pode efetuar boas largadas.
Força Livre
Tração Traseira
A disputa entre o gaúcho Marcelo Manara, representando
os motores AP, e o paulista Rodrigo Facchini, adepto
dos motores refrigerados a ar, também deixou
a arquibancada de pé! Manara, entra na briga
pelo titulo de ser o primeiro Fusca a andar na casa
dos 8s. Faturou com 9s108 mais a excelente reação
de 0s015. Facchini também andou forte, mas seu
esforço foi em vão, com 9s207 mais reação
de 0s425, tendo de se contentar com a segunda colocação.
Estruturada
A EST foi um show a parte. A final da categoria foi
entre Luis Claudio Amanajás, do estado do Amapá,
com a bela Caravan preta Turbo preparada pela equipe
Flash, e Rosel Brandalise, representando o Rio Grande
do Sul, com o Chevette amarelo 6 cilindros turbo preparado
pelo Rhonaldo Motorsport. Luis Claudio levou a melhor
com 8s953 mais 0s151 de reação, contra
9s580 nos 402 metros mais reação de 0s231
de Rosel.
Import
Adriano Kayayan, da Profix Drag Race, acelerou o Camaro
bi-turbo, e além de fechar o Velopark de fumaça
nos burnouts, conquistou a primeira posição
com 10s395 mais 0s601 de reação na puxada
final. O segundo colocado, Diogo Pereira da Silva, acelerou
uma bela Audi RS2, mas teve problemas na última
puxada. Nas classificatórias, Diogo chegou a
registrar 11s 794. O melhor tempo do fim de semana foi
de Adriano Kayayan, com 10s059.
Hot
Briga de Dodges na categoria! Melhor para André
“V8” Carrillo, que voltou a acelerar o Dodge
aspirado em 402 metros, mostrando muitas melhorias,
virando 10s baixos! O piloto venceu com 10s156 mais
0s443 de reação, contra 10s976 de pista
mais 0s125 de reação de Manuel Castañon,
agora com o Dodge azul escuro.
Stock
A Stock também foi vencida por André “V8”
Carrillo, agora com o Mustang V8 blower, com 13s090
mais 0.679s de reação. A final desta categoria
tinha tudo para ser uma grande puxada, porém
Luis Claudio Amanajás, da Caravan Turbo, teve
problemas e não pode participar da decisão,
deixando o caminho livre para André. Luis Claudio
registrou o melhor tempo da categoria durante todo o
fim de semana, com 8s953.
Pro Stock
Depois de um tempo afastado, Alexandre Kayayan e sua
SS10 voltaram às pistas com vitória! Na
primeira puxada oficial de sábado, Ale se classificou
para as finais com o tempo de 8s4, porém teve
problemas em um dos cabeçotes do V8 Chevy. A
equipe Profix trabalhou a noite toda de sábado,
e boa parte do domingo, para aprontar a SS para as finais,
tendo que buscar inclusive mão-de-obra de retífica
na capital gaúcha. Com o motor pronto, Kayayan
foi para a pista onde enfrentaria o “kamikaze”
André Takeda, com a bela Chevrolet Bel Air. Takeda
também precisou correr muito para aprontar a
Bel Air, já que ocorreram problemas poucos dias
antes da prova, e com isso, o bólido terminou
de ser montado nos box da pista gaúcha! No início
da noite, os dois pilotos alinharam seus belos bólidos
e efetuaram o burnout, levantando muita fumaça
e proporcionando uma das imagens mais lindas da arrancada
brasileira. Kayayan e Takeda alinharam lado a lado para
a puxada final, e no momento da luz verde, Ale e Takeda
arrancam forte, o “Kamikaze” teve problemas
com o acelerador logo após os 100 metros. Na
altura dos 300 metros, a SS10 balança, mas Ale
não arreda o pé do acelerador. “Quem
chegasse na frente era o campeão, tentei olhar
se o Takeda estava do meu lado, mas não consegui
ver nada. Não sabia que ele tinha ficado, e não
tirei o pé”, revela Kayayan, que faturou
com 8s039 mais 0s152 de reação. Logo após,
Takeda foi autorizado a largar, como exibição,
e mostrou o porquê do apelido “kamikaze”
ao segurar a Bel Air, que apontou para o muro por várias
vezes nos 402 metros! O evento contou também
com Scort e o Opala YBL. A dupla chegou a largar nos
treinos de sexta a noite, com direito a uma bela empinada.
Porém Scort sofreu com uma quebra, que acabou
deixando-o fora da disputa. Porém, Scort permaneceu
no autódromo, onde deu vários autógrafos
e tirou várias fotos com seus fãs. Além
de Scort, Clovis dos Reis também foi impedido
de participar do evento, devido a quebra do Blower.
O piloto também permaneceu até o final
do evento.
Dragster Light
Ricardo “Pudim” Bersani, com novo patrocinador
estava inspirado neste final de semana! Além
de acelerar o Jet Car, Pudim andou forte com o Dragster
Light V8. Com preparação da Power Plus,
baixou o recorde nacional da categoria com o tempo de
6s767. Este tempo foi registrado na puxada final. Mesmo
largando sozinho, Pudim queria o recorde, e acelerou
forte! A segunda posição ficou para Daniela
Frigo, que também andou muito forte neste fim
de semana! A piloto chegou a passar a 309km/h. Na largada
seguinte, Dani saiu forte e registrou o tempo de 7s172,
mesmo passando com o motor apagado. Infelizmente a piloto
teve problemas na abertura do pára-quedas, e
acabou capotando ao entrar na brita com o dragster.
Foram apenas prejuízos materiais. Logo depois
que foi removida do dragster, Dani Frigo perguntou a
equipe se seria possível largar novamente, mostrando
muita vontade de acelerar! Fica nossa torcida para que
Dani Frigo retorne as pistas ainda mais forte! Tivemos
também a participação de Valtinho
Costa, com o Dragster 6 cilindros, e a estréia
do Dragster 4 cilindros de Fabiano Stangherlin.
Dragster Motor
Traseiro
Uma das puxadas mais esperadas de todos os tempos finalmente
aconteceu! Pudemos presenciar a bela disputa entre Alejandro
“The Flash Power” Sanchez, da Equipe Power
Plus, e Sidnei “Grandão” Frigo, da
Artivinco Racing. Como a categoria possuía apenas
2 competidores, a organização do evento
usou o bom senso e permitiu que ambos fizessem algumas
puxadas antes da final para satisfazer a sede do público
e também dos pilotos. Ambos mostraram rivalidade
até no burnout! Quem ganhou foi o público,
que pode ver grandes demonstrações de
potência com os burnouts mais violentos já
realizados em território nacional!
Foram diversas puxadas de ambos durante todo o final
de semana na casa dos 6 segundos, dando indícios
de que a final seria mesmo de arrepiar e de que não
havia favorito. Mas na ultima puxada ao alinhar seu
dragster Sidney “Grandão” Frigo deixou
seu bólido apagar após o burnout, deixando
a vitória cair nas mãos de Alejandro que
puxou sozinho na final (Bye Run), e mesmo com problemas
no motor, marcou 7s618 mais 0s537 de reação.
Após a puxada oficial de Alejandro, Grandão
voltou a funcionar seu drag e resolveu fazer uma puxada
de exibição, marcando 6s074, estabelecendo
o tempo mais baixo do final de semana entre as categorias
oficiais.
Categoria Show
Ricardo Bersani acelerou o Jet Car e proporcionou um
belo show para o público presente! Com um barulho
ensurdecedor e o fogo iluminando o autódromo
a noite, Pudim registrou 6s069! O jet também
recebeu os cuidados de Alejandro Sanchez, que virou
6s2 já na primeira puxada com o Jet, e depois
presentiou a todos com a velocidade final de 387km/h,
com direito a dar tchauzinho para a câmera que
estava posicionada dentro do Jet no meio da puxada!
Tivemos também a participação de
Felipe Johannpeter, que acelerou um dos 12 dragsters
aspirados do Velopark, e registrou o tempo de 8s0.
O evento contou também
com show de manobras dos Chevetteiros de Curitiba, que
pela primeira vez puderam fazer suas manobras com tranqüilidade,
pois as manobras foram realizadas na área de
retorno aos boxes, e não na pista de aceleração
dos carros de arrancada.
A próxima etapa
entre os dias 13 e 15 de junho. Não percam, pois
o evento é único e deve ser visto e vivido
de perto.
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