O dragsterbrasil.com foi conferir de perto a 17ª edição do World Street Nationals, prova que reúne os carros de rua mais poderosos do planeta. Turbo, nitro e blower duelaram durante os 4 dias de evento, realizado na pista de Orlando Speedway, na cidade de Orlando, na Florida.

     Nossa equipe foi composta por Fabio Felix Pascoal (Fotos, “operador de GPS” e reportagem), Marcelo Martelini (Tradutor, cinegrafista e assistente de compras), Washington Silva (cinegrafista Junior) e Ricardo Sávio "Stop La", (motorista e mestre do inglês). Todos da equipe são viciados por arrancada, e nem quiseram saber de nada da Disney: era acordar e ir para a pista (só parávamos alguns minutos para fazer as compras para as patroas que ficaram no Brasil, pois se chegássemos de mãos vazias seria justa causa.

Ainda na quinta-feira, antes do evento começar, fomos fazer um lanche no Hooters. Tradicionalmente, na semana da corrida, o bar é invadido por carangas iradas que acreditem, chegam e vão embora andando pelas ruas de Orlando!

Na pista era só alegria, centenas de carros preparados com milhares de cavalos! Os 4 cilindros mais fraquinhos ostentavam 850cv nas rodas, enquanto os poderosos V8 superavam os 2800cv. Pudemos ver de perto também os curiosos motores rotativos (foto ao lado), que apesar do tamanho extremamente reduzido, também brigavam igual gente grande!

     Turbos gigantescos e muita pressão, segundo a maioria dos preparadores a pressão de turbo em uma puxada oficial era sempre acima dos 50 PSI, chegando até 70 PSI (quase 5 kg!). É assustador sentir um rojaão desses passar ao seu lado de rodas para o ar a mais de 350km/h! O acerto de suspensão é invejável!

Era comum ver Camaros e Mustangs percorrendo os primeiros 201m com as rodas dianteiras levemente erguidas, mostrando total transferência da potência para o solo. Em algumas largadas, os bólidos chegavam próximo dos 402m caminhando somente nas rodas traseiras! As suspensões também já estão na era digital! Em alguns projetos mais elaborados, os amortecedores coil-over eram comandados por “caixinhas programáveis”, que trabalhavam com a carga dos amortecedores durante a toda a pista.

O turbo-compressor e a injeção eletrônica cairam no gosto dos preparadores americanos! Alguns anos atrás, a grande massa dos carros de competição norte-americanos eram equipados com carburadores, injeção mecânica e blower. Hoje o blower perdeu muito terreno para o turbo, mas nem por isso a velha receita deixa de fazer bonito! Em 5 categorias disputadas, o compressor mecânico venceu em 2. Na Heavy Street e Outlaw 10.5, a velha receita deixou os turbo para trás! Nas preparações com óxido nitroso, o carburador ainda reina absoluto! Vale ressaltar que os carros mais fortes chegam a receber doses superiores a 1500cv do gás comburente!

O número de quebras é baixo e a prova dificilmente pára. Foram poucos os intervalos para limpeza de pista. A maioria aconteceu depois de alguns acidentes.

O povo americano tem as provas de Drag Race em sua cultura. É grande o número de lembranças e objetos referentes aos carros e pilotos. Além disso, durante as disputas, podíamos ver pessoas fazendo apostas informais. Marcelo Martellini, membro de nossa equipe, entrou na brincadeira e e faturou alguns dólares!

     A Orlando Street Nationals não é um campeonato, mas sim um festival anual que reúne a nata dos carros padrão street. Para participar do evento, dividido em 5 categorias, cada competidor deve atender as regras de segurança da NHRA. Ítens originais como farois, buzina, etc, devem estar presentes e funcionando em categorias onde não se usa carrocerias de fibra. É permitido somente um tipo de sobrealimentação, e é proibido o uso de nitrometano.

     A competição acontece no sistema de mata-mata. 32 competidores de cada categoria se classificam para as chaves.

Categorias:

Super Pro Street: Tudo livre, porém para cada tipo de motorização, existe um peso mínimo diferente. Por exemplo, carro equipado com motor bigblock turbo deve pesar, com o piloto, pelo menos 1270kg, enquanto um com propulsor small block e nitro, 1043kg. Nesta categoria vemos diversos tipos de carros, inclusive bólidos de construção tubular, carrocerias em fibra, etc.

M/T Outlaw 10.5: Nesta categoria, os pneus podem ser de até 10.5 polegadas de largura (devido a calibragem baixa, podem ser medidos até 12" de largura). Não é permitido chassi tubular. A carroceria deve ser original, com as longarinas dianteiras. O peso base do carro é de 1360kg, porém, dependendo da motorização, é exigido mais ou menos peso que o base.

M/T Drag Radial: os pneus devem ser do tipo Drag Radial, com no máximo 12" de largura. O peso base da categoria é de 1542kg, e novamente existe diferenciação desse peso, para mais ou para menos, de acordo com a motorização. É obrigatório o uso de câmbio automático original do veículo ou mecânico com embreagem de apenas 1 disco e trambulador padrão original. A suspensão deve ser mantida original, sendo permitido retrabalho apenas de molas e amortecedores. É proibido o uso de whellie bar.

Heavy Street: Peso mínimo de 1587kg com o piloto. Chassi original e somente câmbio com conversor de torque.

Extreme Import: Carros importados com motores 4 cilindros, rotativos, etc.

Aprendemos muito, conhecemos gente bacana como o Ozzy da Horsepower Sales, uma loja de performance que tem um Mustang turbo de 2500cv. Lá nossos amigos "Stop la" e Washington se deliciaram nas compras, arrematando tudo que viam pela frente.

Por falar em amigos, na pista um batalhão de brasileiros: Anderson FuelTech, Vatinho Costa, Ricardo miyaki, Adriano Kayayan, Roderjan Busato, Richad Lee, Claudio Castanon, Douglas Carbonera, Adriano Marques, Caca Daud, Sandro Bruno e muitos outros!

Quando acabou o evento ainda tínhamos mais um dia livre na terra do Tio Sam, mas nem por isso fomos conhecer os parques da Disney. Marcelo Martelini nos levou para a sede da Takash Race Craft, famoso construtor de promodified da cidade de Orlando. Lá vimos diversos projetos em execução e trocamos aquela ideia com o mestre dos chassis.

Se deliciem com milhares de fotos e videos! No ano que vem estaremos lá novamente.
Abraço a todos,
Pascoal

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