Mineiro de Arrancada - 3ª etapa - 7 e 8 de junho |
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Texto: Regis Vasconcelos
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Nos dias 07 e 08
de junho o bicho pegou na terceira etapa do Campeonato Mineiro
de Arrancada, realizada nos 201 metros do Mega Space. Além
da tradicional rivalidade entre equipes, que está mais
pronunciada que nunca, houve também um sério acidente
na categoria Super Street Traseira, envolvendo o piloto Gustavo
Castañon.
Arquibancadas lotadas, céu azul e 60 carros na pista
formaram a combinação necessária para uma
prova disputadíssima. É uma pena que não
resolvam dois problemas crônicos do campeonato: pista
com pouco grip e tempos de reação estratosféricos.
A pista merece uma boa lavada na véspera da prova, seguida
de aplicação de VHT. Muitos pilotos já
usam a “cola” em seus pneus, mas não é
o suficiente para fazer o carro tracionar como um verdadeiro
carro de arrancada. A questão dos tempos de reação
só pode ser alguma falha na programação
do software da foto célula ou no posicionamento das mesmas.
A categoria Arrancada em Minas cresceu muito nos últimos
dois anos, mas a falta de uma associação de pilotos
para ter voz ativa na reivindicação de interesses
da classe prejudica uma maior ascensão do Mineiro.
Drag Street:
A categoria criada para carros de rua está crescendo
a cada etapa, o número de participantes triplicou desde
a primeira etapa. O tempo mínimo da categoria é
12s000, quem andar abaixo disso duas vezes é desclassificado.
Quem ficou mais perto dos 12 nessa etapa foi o estreante Otávio
Pedroso. A bordo de um Astra 2.0 8v com preparação
aspirada leve marcou 12s007, tempo praticamente imbatível.
Em segundo ficou Júlio Guilherme Viana, que fez seu Marea
turbinado virar 12s057. O líder do campeonato e maior
defensor da categoria, Rodrigo “Herdeiro” Teixeira,
chegou em terceiro com seu Voyage aspro.
Mil Turbo:
Hugo Flores não perdeu a viagem São Paulo/Belo
Horizonte com seu Super Corsa 4 portas 1.0 que vira 9s3 de pista.
Hugo venceu a segunda consecutiva com o tempo de 9s363+.561.
Em segundo ficou Bruno “Turbo Race” Marques, que
marcou 9s844+.350 com seu Gol 16v.
Standard:
Seis cilindros “Inline” dominando a categoria e
proporcionando pegas disputadíssimos. Paulão Friche
foi o mais rápido com seu Opala coupê alimentado
por DFV, 9s224+.490, novo recorde da categoria. Na cola veio
a Caravan, também de DFV, de Renato Viegas. A Caravan
também virou seu melhor tempo, 9s344+.450.
Street
Tração Dianteira:
Apenas uma inscrição na categoria dos aspirados
montados. Marcos Tavares com o Gol quadrado número 34
marcou o tempo de 9s624+.450.
Street Tração Traseira
302x250x318, Ford, GM e Chrysler no grid. Melhor para o Maverick
número 302 de Rubens Vargas, equipe Action, que marcou
baixos 8s442+.461. O V8 Ford alimentado por dois quadrijet está
na liderança do campeonato. Em segundo chegou o Opala
de Bruce Viegas, vice líder do campeonato, com o bom
tempo de 8s613+.410. O Dodge de Romandio Rufino, recordista
da categoria, sofreu com a quebra da embreagem e não
subiu ao pódio. O terceiro colocado foi Manuel Castañon
com seu Opala SS preparado pela Autogiro. O 250 injetado por
Fueltech com seis borboletas marcou 9s174+.310.
Turbo-C
O Voyage, mais zero do Brasil, de Rodrigo Castro, equipe HP
Motorsport, venceu a categoria com o tempo de 9s493+.401. Em
segundo outro carro da HP, dessa vez o Gol quadrado de Bruno
Matiolli, 10s305+.681.
Turbo-B
Jayme “Picanha” Eulálio, líder isolado
da categoria com três vitórias, continua constante
nos 8s6. O Gol quadrado 2.0 8v alimentado por 2E preparado pela
Action Racing deixou para trás o bi campeão da
Turbo-B Vínicius “Pombo” Alves e Gustavo
Neto, ambos da HP Motorsport. “O carro está muito
bom, na briga com o Pombo voou pena para todo lado”, brinca
Jayme.
Vinicius “Pombo” voltou as pistas depois de uma
temporada afastado e fez o segundo melhor tempo, 8s933+.351.
A terceira colocação ficou com Ricardo Vargas,
equipe Max, com o bom tempo de 9s053+.390.
Turbo-A
O grande vencedor da Turbo-A foi Cristiano Falzoni, equipe Max,
que soma duas vitórias e um segundo lugar. Cristiano,
com o tempo de 8s923+.190, deixou Jayme Eulálio para
trás no tempo de reação. Jayme ficou em
segundo com 8s742+.331. Em terceiro chegou o tri campeão
da categoria, Gleison Moreira (equipe Clebinho Preparações),
que voltou as pistas com seu Gol (560cv) e virou 8s522+.611,
melhor tempo de pista da categoria.
Super Street Tração Dianteira
Direto de Vila Velha, o Gol GIII 16v (Daytona Intercoolers)
de Carlos Brito faturou a primeira colocação.
Quem teve oportunidade de ver o carro de perto babou no acabamento:
carroceira zero, santantonio de aço inox, duas Weber
DCOE e sistema de nitro com quatro foggers. Brito virou 8s662+.571
sem injeção do gás do riso. Em segundo
ficou “o local” Leonardo Pereira, professor de engenharia
na PUC. Léo, como é conhecido, a bordo de seu
Gol injetado por HIS com quatro borboletas Motorforte, preparado
pelo Guto da Motorforte, marcou bons 8s882+.621. Fechando o
pódio outro capixaba, Ricardo Bodevan.
Hot
Concorrência de peso na Hot, Dodge V8 versus GM V8 versus
Ford V8. Melhor para o Dodge quatro portas de Manuel Castañon,
que com a adoção de uma Four Link Street Hot e
uns quilos a menos virou ótimos 8s162+.270. Jack Bala,
líder do campeonato, ficou em segundo de Bel Lair, 8s152+.300.
Notem que Jack foi superado apenas na reação,
os pegas com Manuel levantaram as arquibancadas. O Maverick
de Rubens Vargas, o mesmo da STT, aqui de pneus Hoosier, virou
8s543+.080 e ficou em terceiro.
Super Street Tração Traseira
O Maverick da equipe Ras Transmissions, pilotado por Antonio
Rosalvo, foi o mais rápido do fim de semana. O motor
V8 347 nitro com câmbio automático virou 8s332+.191.
Na segunda colocação chegou o estreante Mário
Lúcio Teixeira, equipe Action/Pro Tork, que está
em fase de adaptação com o Opala sedan número
34. O seizão, muito bem preparado, com três Weber
IDF parecia querer sair das mãos do piloto, era corte
de giro, erradas de marcha, atravessadas e etc. Mário,
que é piloto profissional de motocross, com alguns treinos
de quinta-feira deve voltar bem mais competitivo na próxima
etapa.
O acidente de Gustavo Castañon, equipe Castañon
Race Team, foi o grande susto da prova. O carro, um Maverick
feito com tudo do bom e do melhor, recém foi montado
e sequer havia sido testado. Logo na primeira bateria do sábado,
numa largada contra o Maverick da Action, Gustavo cravou o pé
no assoalho e pulou no semáforo. Os pneus derreteram
no asfalto e carro destracionou feio para um lado, Gustavo corrigiu
com o pé no fundo e a coisa começou a ficar complicada
na outra direção. Mais uma correção,
o carro começou a andar “beeem” de lado,
o piloto ainda acreditou em outra correção mas
essa não foi possível. Testemunhas próximas
do acidente afirmam que o piloto bateu no muro de contenção
com o motor acelerado.
Muro, decolagem, seis capotagens e o carro pára de pernas
para o ar. A remoção do piloto foi dramática.
Havia apenas um profissional capacitado para o trabalho, e esse
chegou ao carro depois de Cláudio Castañon, pai
do piloto. Com a invasão da pista por outras equipes,
nem sabe-se ao certo quem bateu no cinto e tirou Gustavo do
carro. Quando Gustavo viu seu carro todo moído entrou
em desespero, meses e meses de dedicação por água
a baixo. Caso houve-se principio de incêndio ou fosse
necessário cortar o santantonio para tirar o piloto,
o fim da estória seria trágico. Não havia
nenhuma espécie de ferramenta pneumática ou caminhão
pipa na pista. O primeiro extintor apareceu no local cerca de
5 minutos depois da colisão.
Toda confusão gerou um grande mobilização
dos pilotos, que reivindicam melhores condições
de segurança. Depois de uma reunião com Donald
Insenghi, da Federação Mineira, ficou acertado
que para continuar a prova os pilotos fariam uma vistoria na
pista, onde foi encontrado muito óleo, e para as próximas
provas a estrutura será repensada.
Os prejuízos foram apenas materiais e Gustavo já
iniciou o trabalho de reconstrução do carro em
outra carroceira.
Força Livre Dianteira
Luiz Henrique “Conversa” continua insuperável
na Força Livre. A bordo do Passat preparado pela HP Motorsports,
atual campeão da categoria, Luiz não virou muito
bem, mas foi o necessário para vencer, 8s112+.210. Magno
Fonseca, equipe Polegar Race Team, fez o segundo melhor tempo
com seu Gol G IV de frente alongada, 8s753+.350
Força
Livre Traseira
Apenas um concorrente na Força Livre Traseira, mas um
concorrente de peso: Ailton Firmino e o Chevette mais famoso
do Brasil. A equipe CAV Motors vem realizando um ótimo
trabalho em cima do motor 2.0 16V turbo com transmissão
automática. Depois de sofrer na última etapa com
a falta de tração, o carro começou a querer
andar reto com algumas modificações, ainda não
como Ailton e Renato Dalsecco desejam, mas já deu para
acelerar um pouco mais o Chevette Junior 43. O melhor tempo
do fim de semana foi 8s312+.381.
Esruturada
O vencedor da categoria foi Marilucio Rodrigues, que virou 7s251+.330
na sua Caravan Turbo automática. A Caravan, detentora
do recorde da pista, conseguiu fazer apenas uma passagem e teve
problemas mecânicos.
Em segundo chegou Cláudio Castañon com seu Dart
nitro de câmbio automático. Cláudio tentou
baixar, sem sucesso, o tempo da Caravan durante todo fim de
semana. O tempo de pista até foi mais baixo, 7s180, mas
a reação de .451 deixou o Dart em segundo. “Com
o acidente de meu filho e eu estava com a cabeça na lua,
não consegui me concentrar” conta Cláudio.
Import
Sem novidades na Importados. Como de praxe, Cláudio Castañon
com eu Mustang nitro em primeiro e seu irmão Manoel em
segundo. Mário Lúcio, aquele que sofreu com o
Opala SSTT, também andou na Importados com sua BMW nitro,
marcou o terceiro melhor tempo com a embreagem patinando, 10s655+.481.
Super
Força Livre
Manuel Castañon já está com uma das mãos
no caneco da Super Força Livre. Com três vitórias
a bordo do Dodge quatro portas, nessa categoria usando nitro,
vai ser difícil alguém superar sua pontuação.
Nessa etapa venceu com 7s882+.400. Rodrigo “Monga”
Murta, equipe Fon Fon Goodyear, marcou o segundo melhor tempo
com seu Gol FLTD, 8s202+.380. Rodrigo vem fazendo um bom trabalho
de desenvolvimento e quando afinar todas inovações
técnicas do carro deve fazer grandes estragos na pista.
Marcos Vinicius com o Passat vencedor da FLTD, fez o terceiro
tempo, 8s211+.461.
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